Resumo
Introdução: O HIV, causador da AIDS, compromete o sistema imunológico, facilitando a infecção e sendo transmitido principalmente por relações sexuais desprotegidas, além da transmissão vertical durante a gestação, parto ou amamentação. A detecção precoce de mães soropositivas é crucial para prevenir a transmissão ao bebê. Contudo, a impossibilidade de amamentar pode gerar sofrimento emocional nas mães HIV positivas, exigindo uma abordagem de enfermagem humanizada e informada. Objetivo: analisar a percepção dos profissionais de enfermagem sobre os riscos e benefícios da amamentação em mães soropositivas e seus lactentes. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa de literatura, com abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PUBMED e BVS, com artigos selecionados no período de 2019 a 2024. Os critérios de inclusão e exclusão foram definidos com base na relevância e completude dos textos, resultando em oito estudos, incluindo pesquisas transversais, observacionais e estudos de revisão. Resultados e discussão: mostraram que as práticas de enfermagem têm um papel fundamental na orientação das mães sobre os cuidados com os bebês e na profilaxia para evitar a transmissão do HIV. Além disso, foi discutido o impacto emocional nas mães soropositivas, que, por serem impedidas de amamentar, enfrentam sentimentos de frustração e inadequação. A enfermagem, ao adotar uma abordagem ética e holística, tem a capacidade de fornecer um cuidado de qualidade, equilibrando os riscos da transmissão do HIV com as necessidades emocionais dessas mães. Conclusão: esse estudo traz a relevância do papel da enfermagem no manejo clínico e emocional de mães soropositivas em relação à amamentação. O equilíbrio entre os riscos de transmissão vertical do HIV e os benefícios da amamentação exige uma abordagem ética e cuidadosa por parte dos profissionais. As estratégias de orientação e apoio emocional são essenciais para garantir que essas mulheres compreendam suas opções e possam tomar decisões informadas. Além disso, o estudo reforça a necessidade de uma prática de enfermagem holística, que não só priorize a prevenção da transmissão do vírus, mas também acolha e empodere as mães, respeitando seus direitos e promovendo seu bem-estar.
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