UM PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR HANSENÍASE, NAS REGIÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 2018 A 2023: ESTUDO ECOLÓGICO.
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Palavras-chave

Hanseníase
Epidemiologia
Lepra
Micobacteriose
Mycobacterium leprae

Como Citar

Santinoni Couto, F., Henriques Novaes, S., Pedro de Oliveira, L., Janson Freire, V., Fernandes Misiunas, G., Corrêa Batista da Silva, S., … Navarro de Castro Marinho Alves, G. (2024). UM PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR HANSENÍASE, NAS REGIÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 2018 A 2023: ESTUDO ECOLÓGICO. A.R International Health Beacon Journal (ISSN 2966-2168), 1(7), 11–22. Recuperado de https://healthbeaconjournal.com/index.php/ihbj/article/view/126

Resumo

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infecciosa, caracterizada por lesões na pele e comprometimento dos nervos periféricos, especialmente nos olhos, mãos e pés. Essa condição pode causar incapacidades físicas e deformidades ao longo do tempo. O prognóstico da doença é resultado de diversos fatores englobando também condições e contextos coletivos. A hanseníase é uma doença que apresenta um número crescente de diagnósticos no Brasil e, por isso, demanda atenção da esfera científica. OBJETIVO: Analisar os dados epidemiológicos da mortalidade por hanseníase nas macrorregiões do brasil, no período de 2018 a 2023. METODOLOGIA: Um estudo transversal observacional, de abordagem quantitativa realizado a partir da análise das notificações de mortalidade e morbidade hospitalar de hanseníase no Brasil, no período de 2018 a 2023, visando a prevalência em cada ano nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.  RESULTADOS/ DISCUSSÃO: A Região Nordeste registrou o maior número de óbitos por hanseníase, totalizando 360 (46% do total), seguida pelo Sudeste (157), Norte (120) e Centro-Oeste (98). A Região Sul teve a menor taxa, com 46 óbitos. Essas diferenças refletem as condições socioeconômicas e desigualdades no acesso à saúde. A mortalidade está fortemente ligada à idade, com 60% dos óbitos em pessoas acima dos 50 anos, sendo os grupos de 60 a 69 anos e 70 a 79 anos os mais afetados. A mortalidade masculina foi significativamente maior, especialmente no Nordeste, onde foi 304% superior à feminina. A maioria das vítimas era parda (58,1%), e a escolaridade mais comum entre os óbitos foi "nenhuma" (31,9%), indicando que baixos níveis de educação estão associados a uma maior vulnerabilidade à doença. CONCLUSÃO:  Em suma, a hanseníase continua sendo um problema de saúde pública no Brasil. As regiões Norte e Nordeste exigem uma atenção especial devido à maior concentração de óbitos e desafios estruturais, especialmente entre as populações mais idosas. Para reverter esse cenário, é essencial fortalecer políticas públicas de saúde e promover o acesso igualitário ao diagnóstico e tratamento.

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