Surto de Doença Meningocócica em Alagoas: estudo da situação epidemiológica durante o ano de 2023
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Palavras-chave

Doença meningocócica
Epidemiologia
Neisseria meningitidis

Como Citar

Pereira Barreto, G., Ribeiro dos Santos Cavalcanti, J., & de Medeiros Pacheco, L. M. (2024). Surto de Doença Meningocócica em Alagoas: estudo da situação epidemiológica durante o ano de 2023. A.R International Health Beacon Journal (ISSN 2966-2168), 1(7), 91–102. Recuperado de https://healthbeaconjournal.com/index.php/ihbj/article/view/136

Resumo

INTRODUÇÃO: A doença meningocócica (DM) é uma infecção aguda causada pela bactéria Neisseria meningitidis, diplococo Gram-negativo classificado em sorogrupos, com A, B, C, Y, W135 e X sendo os mais prevalentes causadores da doença invasiva. A prevenção se dá por quimioprofilaxia e imunização com a vacina meningocócica conjugada C/ACWY, disponível no Sistema Único de Saúde no Brasil, tendo o sorogrupo B grande relevância epidemiológica pela ausência de imunizante em massa no país. OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico dos casos de DM durante surto no estado de Alagoas em 2023. METODOLOGIA: Estudo descritivo retrospectivo, realizado a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e avaliação de diferentes variáveis. Utilizou-se o programa Microsoft Office Excel para construir tabelas para análise. RESULTADOS: Dos 119 casos de meningite em Alagoas em 2023, 30,3% (n=36) foram causados por DM, sendo que destes todos foram causados pelo sorogrupo B da N. meningitidis. Sexo masculino, 0 a 14 anos e raça parda foram as características principais dos casos, e os óbitos por DM ocorreram majoritariamente na faixa etária menor de 5 anos. DISCUSSÃO: Confirma-se maior frequência etiológica do sorogrupo B por sua alta dispersão e pela ausência de uma vacinação profilática em massa. A população mais jovem segue sendo a mais atingida pela DM, em especial crianças e adolescentes. CONCLUSÃO: A letalidade em Alagoas alerta profissionais à vigilância aos sintomas e uma assistência eficiente. O perfil epidemiológico ressalta a vacinação como prevenção mais viável.

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