Resumo
A pandemia de COVID-19 teve início em dezembro de 2019 na China, causada pelo vírus SARS-CoV-2. Rapidamente, a doença se espalhou globalmente devido à sua alta capacidade de transmissão, ocorrendo principalmente por gotículas respiratórias de uma pessoa infectada. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente a COVID-19 como uma pandemia. Entre as diversas populações vulneráveis, as gestantes foram fortemente impactadas pela COVID-19, que afeta principalmente o sistema respiratório, pode intensificar os sintomas em gestantes, tornando uma gravidez regular em uma gestação de risco. Essa complicação pode aumentar as chances de partos prematuros, que são definidos como nascimentos que ocorrem antes da 37ª semana de gestação. Este estudo propõe uma análise comparativa do impacto da pandemia de COVID-19 no número de nascimentos prematuros entre 2018 e 2023, utilizando dados da plataforma Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, através dos painéis de monitoramento de natalidade e de COVID-19 do Ministério da Saúde. A comparação inclui os anos pré, durante e pós-COVID-19. A análise será feita com métodos estatísticos no software SPSS (versão 25), utilizando medidas descritivas e testes inferenciais de comparação e correlação, com significância de p<0,05. Os resultados mostram que, em 2018, a prematuridade foi de 11% entre 2.944.932 nascidos vivos, sem casos de COVID-19. Em 2020, com 7.675.973 casos de COVID-19, a prematuridade caiu para 11,3% entre 2.730.145 nascimentos. Em 2021, com 14.611.548 casos, a taxa de prematuridade atingiu o pico de 12,19% sobre 2.677.101 nascidos. Em 2022, apesar de 14.043.760 casos de COVID-19, a taxa de prematuros caiu para 11%. Em 2023, a prematuridade subiu para 11,8% com 38.210.864 casos. Esses dados sugerem uma possível correlação entre a alta incidência de COVID-19 e o aumento de prematuridade, especialmente em 2021. A redução em 2022 pode indicar o efeito positivo da vacinação, reforçando a importância de medidas preventivas para proteger gestantes. Concluindo, a análise sugere que infecções respiratórias podem influenciar a prematuridade, com o pico de prematuros em 2021 coincidindo com a alta incidência da doença, destacando o impacto indireto da pandemia na saúde neonatal.
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