O papel do exercício físico na reabilitação pós-transplante pulmonar
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Palavras-chave

Exercício físico; Reabilitação; Transplante pulmonar.

Como Citar

Vasconcellos Freire de Barros, B., de Castro Sales, M., Hanna Carneiro Lima, I., Maria Farias Montenegro, G., & Fialho da Costa, R. (2024). O papel do exercício físico na reabilitação pós-transplante pulmonar. A.R International Health Beacon Journal (ISSN 2966-2168), 1(7), 288–297. Recuperado de https://healthbeaconjournal.com/index.php/ihbj/article/view/151

Resumo

Introdução: O transplante pulmonar é uma intervenção vital para pacientes com doenças pulmonares avançadas, oferecendo melhora na qualidade de vida e aumento da sobrevida, porém apresenta desafios significativos devido ao descondicionamento físico e aos efeitos dos imunossupressores. Objetivo: Explorar o papel do exercício físico na reabilitação pós-transplante pulmonar, com ênfase nos benefícios proporcionados pela fisioterapia para a recuperação funcional. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, a qual envolveu uma busca nas bases PEDro, PUBMED e MEDLINE, com descritores "Lung Transplantation" e "Exercise Training", incluindo ensaios clínicos aleatorizados entre 2019 e 2024, avaliados pela escala de Jadad. Resultados e discussão: Os resultados mostraram que os programas de exercício físico, incluindo treinamento aeróbico e fortalecimento muscular, são eficazes na reabilitação de pacientes transplantados pulmonares, promovendo ganhos na capacidade funcional e qualidade de vida. Em ensaios clínicos analisados, após 10 semanas, o grupo controle melhorou 156,3 m no TC6 e 3,71 kg na força de preensão palmar, enquanto o grupo intensivo aumentou 122,2 m e 6,22 kg, sem diferença significativa entre grupos. O HIIT melhorou a força muscular (+14,7 kg no leg press, p=0,047) e a qualidade de vida (SF-36, +3,6 pontos, p=0,020), mas não no VO2pico (p=0,169), exceto com adesão ≥70% (p=0,032). A variabilidade dos protocolos e a qualidade metodológica limitada dos estudos representam desafios para recomendações mais robustas. Conclusão: A reabilitação física personalizada, focada em exercícios, demonstrou ser fundamental para a recuperação funcional e o bem-estar dos pacientes transplantados. No entanto, apesar dos resultados positivos, ainda existem limitações nos protocolos e lacunas em intervenções padronizadas, que precisam ser superadas para maximizar os benefícios dessa abordagem.

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