Resumo
Introdução: O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição psiquiátrica crônica e debilitante, caracterizada por obsessões, que são pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos e indesejados, e compulsões, que são comportamentos repetitivos realizados para aliviar a ansiedade causada pelas obsessões. O tratamento do TOC tradicionalmente envolve a combinação de terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicamentos. No entanto, uma parte significativa dos pacientes não responde adequadamente a essas intervenções, o que leva à busca por abordagens terapêuticas alternativas ou combinadas. Objetivo: Revisar as abordagens terapêuticas combinadas e inovações no tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Metodologia: A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, abrangendo estudos entre 2014 a 2024. A pesquisa foi conduzida com os termos "Transtorno Obsessivo-Compulsivo”, “Terapia Cognitivo-Comportamental”, “Resistência ao Tratamento", aplicando o operador booleano "AND". Resultados e discussão: A revisão indicou que o tratamento padrão do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), que combina terapia cognitivo-comportamental (TCC) e medicamentos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), é eficaz para a maioria dos pacientes. No entanto, cerca de 30-40% dos casos são resistentes ao tratamento. Para esses casos, abordagens terapêuticas combinadas, como o uso de ISRS em doses elevadas e antipsicóticos, mostraram benefícios adicionais. Terapias de neuromodulação, como a estimulação magnética transcraniana (EMT), e moduladores de glutamato, como a memantina, também têm mostrado resultados promissores em pacientes com resistência ao tratamento convencional. Além disso, a personalização do tratamento, considerando comorbidades e fatores individuais, é fundamental para melhorar os resultados em casos refratários. Conclusão: Abordagens terapêuticas combinadas e inovações, como a estimulação magnética transcraniana e moduladores de glutamato, têm mostrado eficácia no tratamento de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) resistente. A personalização do tratamento, considerando fatores individuais e comorbidades, é essencial para melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. O desenvolvimento contínuo de novas terapias oferece perspectivas promissoras no manejo de casos refratários.
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