Resumo
Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica do sistema nervoso central, caracterizada por episódios de desmielinização que afetam a transmissão de sinais nervosos. Os imunossupressores têm emergido como uma abordagem terapêutica importante para a doença, visando a modulação do sistema imunológico para evitar os danos causados pela resposta inflamatória excessiva. Objetivo: Avaliar as evidências científicas atuais sobre a eficácia e os desafios associados ao uso de imunossupressores no manejo da Esclerose Múltipla. Metodologia: A pesquisa é fundamentada em uma revisão abrangente da literatura existente, para a coleta dos dados, foi utilizada a base de dados PubMed e Scielo, abrangendo estudos entre 2014 a 2024. A pesquisa foi conduzida com os termos "Esclerose Múltipla”, “Imunossupressores”, “Tratamento", aplicando o operador booleano "AND". Resultados e discussão: A revisão bibliográfica revelou que os imunossupressores desempenham um papel importante no manejo da Esclerose Múltipla (EM), com destaque para os interferões beta e acetato de glatirâmer, que demonstraram reduzir a frequência de surtos em até 40%. Os anticorpos monoclonais, como o natalizumabe e o ocrelizumabe, mostraram eficácia ainda maior, especialmente em formas agressivas da doença, com redução superior a 50% nas recaídas e desaceleração da progressão da incapacidade. No entanto, o uso desses medicamentos está associado a efeitos adversos, como infecções e risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva. A resposta ao tratamento varia entre os pacientes, evidenciando a necessidade de terapias personalizadas. Além disso, o monitoramento contínuo e a combinação com outras abordagens terapêuticas, como a reabilitação, têm mostrado benefícios na melhora da qualidade de vida dos pacientes. Conclusão: Os imunossupressores são eficazes na redução de surtos e na desaceleração da progressão da Esclerose Múltipla, especialmente em formas agressivas da doença. No entanto, os efeitos adversos, como infecções e leucoencefalopatia multifocal progressiva, exigem monitoramento rigoroso e abordagens terapêuticas personalizadas. A combinação com tratamentos auxiliares, como a reabilitação física, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, evidenciando a importância de um manejo integrado e individualizado.
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