BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS COMO PREDITORES DE GRAVIDADE NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA

Resumo

A insuficiência cardíaca descompensada (ICD) é uma condição clínica complexa e progressiva que representa uma das principais causas de hospitalização e mortalidade em pacientes com doenças cardiovasculares. Evidências crescentes apontam a inflamação como um dos principais mecanismos fisiopatológicos envolvidos na progressão da doença, influenciando diretamente os desfechos clínicos e a resposta ao tratamento. Neste contexto, biomarcadores inflamatórios têm sido amplamente estudados como ferramentas para a estratificação de risco e predição da gravidade na ICD. O presente estudo revisou e analisou criticamente 22 artigos publicados entre 2001 e 2025, abordando a relação entre biomarcadores inflamatórios e prognóstico em pacientes com ICD. Os principais biomarcadores investigados incluem proteína C-reativa (PCR), interleucina-6 (IL-6), ST2 solúvel (sST2), galectina-3, relação monócitos-linfócitos (MLR) e distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW). Os resultados indicam que níveis elevados desses biomarcadores estão fortemente associados a piores desfechos clínicos, incluindo maior risco de hospitalização, necessidade de suporte hemodinâmico, disfunção multiorgânica e aumento da mortalidade. Além disso, estudos sugerem que a monitorização regular desses biomarcadores pode auxiliar na otimização do tratamento, permitindo intervenções terapêuticas mais precoces e direcionadas. Apesar dos avanços, desafios ainda persistem quanto à padronização dos biomarcadores na prática clínica e sua incorporação em protocolos de manejo da ICD. Conclui-se que a identificação precoce de um perfil inflamatório desfavorável pode ser um passo fundamental para aprimorar a abordagem terapêutica e melhorar os desfechos dos pacientes com ICD.