Resumo
Introdução: A doença de Parkinson é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada por sintomas motores, como tremores, rigidez e bradicinesia. Para o manejo desses sintomas, intervenções cirúrgicas, como a cirurgia de lesão (ablativa) e a estimulação cerebral profunda (DBS, do inglês Deep Brain Stimulation), têm sido exploradas. A cirurgia de lesão envolve a destruição de pequenas áreas do cérebro responsáveis pelos sintomas, enquanto a DBS utiliza eletrodos implantados para modular a atividade neuronal. Objetivos: Comparar a eficácia e as complicações associadas à cirurgia de lesão e à estimulação cerebral profunda (DBS) no tratamento dos sintomas motores da doença.
Materiais e Métodos: Para a obtenção de dados, foram empregados os recursos dos seguintes repositórios: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed e Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Uma variedade de fontes, incluindo artigos científicos, monografias e periódicos, foi examinada para extrair informações pertinentes sobre o assunto. Resultados e Discussões: Os resultados deste estudo indicam que tanto a cirurgia de lesão quanto a estimulação cerebral profunda (DBS) são eficazes na redução dos sintomas motores da doença de Parkinson. A DBS mostrou-se superior em termos de flexibilidade terapêutica e ajustabilidade ao longo do tempo, o que permite um controle mais refinado dos sintomas. No entanto, a cirurgia de lesão, embora menos ajustável, oferece benefícios imediatos sem a necessidade de dispositivos implantados. Em termos de complicações, a DBS apresenta um risco maior de complicações técnicas, como infecções e falhas do equipamento, enquanto a cirurgia de lesão envolve riscos permanentes devido à natureza irreversível da ablação tecidual. Conclusão: Em conclusão, tanto a cirurgia de lesão quanto a estimulação cerebral profunda (DBS) oferecem benefícios significativos no manejo dos sintomas motores da doença de Parkinson, mas cada uma tem suas vantagens e desvantagens. A DBS se destaca pela sua capacidade de ajuste contínuo, sendo ideal para pacientes que necessitam de controle sintomático mais flexível. Por outro lado, a cirurgia de lesão, apesar de irreversível, pode ser uma opção eficaz para pacientes que preferem um tratamento sem dispositivos implantados. A decisão terapêutica deve ser personalizada, levando em consideração o perfil do paciente e as especificidades clínicas.
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