DESCOMPRESSÃO MICROVASCULAR VERSUS PROCEDIMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS NO TRATAMENTO DA NEURALGIA TRIGEMINAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Resumo

Introdução: A neuralgia trigeminal (NT) é uma neuralgia craniofacial, caracterizada como dor lancinante, de curta duração, recorrente e unilateral, na área de inervação de um ou mais ramos do nervo trigêmeo. É a mais prevalente das neuralgias craniofaciais com incidência anual de até 27 casos por 100.000 habitantes. Acomete mais mulheres do que homens, sendo mais prevalente em idosos. A dor inicia-se espontaneamente, através da luminosidade, mastigação, conversação ou por meio de estimulação tátil em pontos de gatilho localizados em face, pescoço, cabeça e cavidade oral. O diagnóstico é clínico, devendo-se excluir outras causas de dor facial. Sua etiologia está centrada na compressão da raiz trigeminal por artérias adjacentes, no ângulo pontocerebelar, embasamento para descrição da descompressão microvascular (DMV) como primeira linha de tratamento cirúrgico. Inicialmente, o tratamento da NT deve ser farmacológico, com utilização de anticonvulsivantes, tendo como primeira escolha a carbamazepina, porém, seus efeitos adversos podem limitar a tolerância ao tratamento. Diante da refratariedade ao tratamento farmacológico, opta-se por outros métodos de tratamento, como as rizotomias tradicional (RT) e percutâneas (RP) com glicerol, radiocirurgia estereotáxica (RC), radiofrequência/termocoagulação e compressão com balão, até mais invasivos, como a cirurgia de descompressão microvascular. Objetivo: Esse estudo objetivou analisar a efetividade da descompressão microvascular na redução da dor em relação a outras técnicas intervencionistas utilizadas no tratamento da neuralgia trigeminal. Metodologia: Revisão sistemática da literatura, baseando-se em artigos científicos indexados nas bases de dados Scielo e PubMed, em inglês e português, entre 2016 e 2024. Resultados e discussão: Os estudos evidenciaram que a DMV promove alívio superior da dor inicial, em comparação com a cirurgia percutânea, embora apresente um pequeno risco de complicações maiores, além de ser o tratamento com menor probabilidade de falhar ou exigir tratamento adicional. Dormência facial foi menos provável de ocorrer com a DMV. Idade avançada e dormência pós-operatória foram preditores de bom resultado da cirurgia percutânea. Conclusão: A escolha do método de tratamento a ser realizado deve considerar as características individuais de cada paciente, objetivando a escolha conjunta de um tratamento ou outro, objetivando alívio da dor e melhora da qualidade de vida em pacientes com NT.