Como Citar
Resumo
A sífilis, infecção causada pelo Treponema pallidum e transmitida principalmente por via sexual ou vertical, apresenta alta incidência na região Norte do Brasil, especialmente no Amazonas. Fatores socioeconômicos desfavoráveis e a falta de educação sexual contribuem para essa prevalência. Este estudo tem como objetivo analisar a morbimortalidade da sífilis na região Norte, com ênfase no estado do Amazonas, entre 2018 e 2023, investigando os fatores que influenciam as taxas de infecção e seus desfechos. Trata-se de um estudo de abordagem epidemiológica descritiva e retrospectiva, baseado em dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), por meio da plataforma DataSUS. Foram analisadas as notificações, internações e óbitos por sífilis no estado do Amazonas no período de 2018 a 2023, com comparações entre a capital, Manaus, e municípios do interior, como Manacapuru e Itacoatiara. Os dados indicam uma elevada prevalência de sífilis no Amazonas, com destaque para Manaus, que apresentou os maiores índices de sífilis adquirida, congênita e em gestantes entre 2018 e 2023, com um total de 18.796 casos de sífilis adquirida. Manacapuru e Itacoatiara também registraram incidências significativas. A persistência da sífilis na região é fortemente influenciada pelo acesso limitado aos serviços de saúde e por fatores socioeconômicos adversos. A predominância de casos congênitos e em gestantes em Manaus reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes e direcionadas para a prevenção e tratamento dessa infecção. A sífilis continua sendo uma preocupação de saúde pública em Manaus, com índices superiores aos registrados nos municípios do interior, refletindo as barreiras no acesso à saúde e a falta de educação sexual. Esses resultados apontam para a urgência de estratégias integradas de controle, que ampliem o acesso aos serviços de saúde e reforcem as campanhas educativas, com foco na prevenção e no diagnóstico precoce.
Palavras-chave: Syphilis; Socioeconomic Factors; Amazonas; Manacapuru; Public Health; DataSUS.
Referências
AVELLEIRA, J. C. R., & Bottino, G.. (2006). Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle. Anais Brasileiros De Dermatologia, 81(2), 111–126. https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000200002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual Técnico para o Diagnóstico da Sífilis [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis/publicacoes/manual-tecnico-para-o-diagnostico-da-sifilis.pdf. Acesso em: 27 out. 2024.
FREITAS, Francisca Lidiane Sampaio et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: sífilis adquirida. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 30, esp. 1, e2020616, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100004.esp1. Acesso em: 26 out. 2024.
GASPAR, P. C. et al.. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: testes diagnósticos para sífilis. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 30, n. spe1, p. e2020630, 2021.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Itacoatiara, AM [Internet]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/am/itacoatiara.html. Acesso em: 27 out. 2024.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Manacapuru, AM [Internet]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/manacapuru/panorama. Acesso em: 27 out. 2024.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Manaus, AM [Internet]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/manaus/panorama. Acesso em: 27 out. 2024.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes da OMS para o tratamento de Treponema pallidum (sífilis). Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2016. 1, INTRODUÇÃO. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK384906/. Acesso em: 6 nov. 2024.
PORTO CC, Porto AL. Clínica Médica na Prática Diária. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2022.
QUEIROZ, J. H. F. DE S. et al.. Detection of Treponema pallidum in whole blood samples of patients with syphilis by the polymerase chain reaction. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 64, p. e75, 2022.
RAMOS Jr., A. N.. (2022). Persistência da sífilis como desafio para a saúde pública no Brasil: o caminho é fortalecer o SUS, em defesa da democracia e da vida. Cadernos De Saúde Pública, 38(5), PT069022. https://doi.org/10.1590/0102-311XPT069022.
SANTOS, A. C. M. et al. Os algoritmos utilizados para o diagnóstico da sífilis: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 8, e56211831447, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i8.31447. Disponível em: https://rsdjournal.org/. Acesso em: 6 nov. 2024.
JUNG, B. et al. [s.l: s.n.]. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/5704/570463830002.pdf.
MorenoC. R. de P., FreitasG. da M., & LazoM. M. L. (2021). Análise epidemiológica de casos de sífilis notificados em uma cidade do interior paulista. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(3), e6848. https://doi.org/10.25248/reas.e6848.2021
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 A.R International Health Beacon Journal (ISSN 2966-2168)